20/04/2024

PANDEMIA: PERIGO À VISTAS EMINENTE COM AS NOVAS ONDAS DE CONTAMINAÇÃO.

Por Euclides Moreira Neto (*)

Vamos  refletir um pouco sobre os perigos das chamadas segunda e terceira ondas de contaminação provocadas pela pandemia do Coronavírus 19. Exatamente agora, um pouco mais da metade do mês de janeiro de 2021, o nosso país vive as consequências da ausência de políticas públicas para o setor de saúde com as constantes manifestações negacionistas do atual presidente da República brasileira, que é seguido cegamente por uma legião de cidadãos que da mesma forma réplica suas ações incongruentes nos diversos meios de comunicação e redes sociais disponibilizadas pela tecnologia digital.

A bola da vez chegou de forma alarmante e tem deixado parcela significativa de nossa população em polvorosa, por isso o incômodo me deixa à vontade para pedir que aquelas pessoas, que como eu, sentem-se indignadas pelas ações irresponsáveis de vários segmentos da sociedade, em especial de uma parcela significativa dos jovens, os quais se expõem de forma leviana e perigosa suas vidas e de seus familiares ao não adotar os cuidados recomendados pelas autoridades do campo da saúde.

Esses jovens e a parcela que se sente à vontade para promoverem ou participarem de aglomerações em espaços públicos e/ou privados ainda não mensuraram o real perigo dessa pandemia, achando que tudo já passou, principalmente porque em algumas partes do planeta já está havendo a aplicação de vacinas, que foram construídas em tempo recorde e por isso mesmo, precisa-se de moderação para se constatar se as mesmas vão atingir os efeitos desejados por todos, ou seja, a imunização eficaz e duradoura. Isso só o tempo vai nos responder com exatidão a partir das investigações científicas efetuadas pelos especialistas da área.

Percebo que há uma expectativa muito grande de que as várias vacinas em testes e aplicação no mundo são gotas de esperanças de que tudo vai dar certo, mas só agora que começa a real aplicação massiva das mesmas, de forma escalonada e como sempre, atendendo os países mais ricos, poderosos e detentores do conhecimento. Infelizmente o nosso país perdeu o bonde da história a partir das práticas negacionistas de nossos líderes, legitimamente eleitos para nos representar (fato que não cabe aprofundar essa aplicabilidade nesta crônica).

O que temos de real neste momento em nosso país é o fato de que já temos quase 210 mil mortos desde que a pandemia foi reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e, agora, com essa nova onda, o caos está a deixar a maioria do povo brasileiro atônito que constata, por exemplo, que o povo amazonense está em pânico com a falta de leitos para acolher os seus doentes. E mais que isso, a falta de medicamentos e gás (ar) para socorrer aqueles que já sentem os efeitos da falta de ar. É desesperador sob todos os aspectos ver famílias inteiras apelarem para que seus entes queridos sejam socorridos e os médicos e demais integrantes desse campo de atuação não puderem fazer nada, por que eles dependem de estrutura hospitalar e medicamentos, que já está em falta naquela região.

O fato é tão grave, que mais de sete Estados do país já está recebendo doentes que estão sendo transportados por avião para ser submetido em tratamento em seus hospitais, entre eles, o nosso HUUFMA (Hospital Universitário – Hospital Presidente Dutra), que disponibilizou cerca de 40 leitos para receber pacientes vindo de Manaus. Aplausos para o nosso Reitor Natalino Salgado, da Universidade Federal do Maranhão, que entendeu a gravidade do momento e não fugiu de sua responsabilidade. Somos um povo generoso e responsável, por isso essa ação do gestor da UFMA merece o nosso mais profundo reconhecimento.Nosso medo maior, é que, segundo noticiário, existe uma variante do vírus pandêmico mais agressivo no que se refere à sua lastração, que causa uma infecção muito mais rápida e perigosa onde ele já circula. Então, ao recebermos os doentes amazonenses devemos ter a consciência de que estamos também sendo sujeitos a essa variante viral, que da mesma forma poderá ser disseminada na nossa região. Vamos, pois, redobrar os cuidados para não sermos a próxima vítima. Pensem nisso… Continuamos a atravessar a Pandemia do Covid 19.

São Luís, 16 de janeiro de 2021.

(*)Professor Mestre em Comunicação e Investigador Cultural.

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